terça-feira, 17 de setembro de 2013

NOTA DE REPÚDIO CONTRA A INCLUSÃO DA SIGLA DO PSOL EM FIGURA PUBLICADA PELO JORNAL ACRÍTICA EM 15 SET 2013

O PSOL reconhece e não questiona de forma alguma o quadro de descrédito e degeneração do sistema partidário brasileiro, mas repudia a leviandade inserida na tese de que todo e qualquer partido faz parte da mesma vala comum em que chafurda a politicalha tradicional. O PSOL, enquanto instituição política, não tem se esquivado de denunciar esse estado de coisas, e exatamente por isso, repudia a sua inclusão leviana e irresponsável na figura acima. Uma das táticas dos fascistas é essa: CRIAR A DESESPERANÇA E O DESCRÉDITO GERAL PARA DEPOIS PROMOVER SUPOSTOS SALVADORES DA PÁTRIA!


O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), através do Diretório Estadual do Amazonas, vem a público manifestar-se em relação à figura estampada na chamada da reportagem “PROCURAM-SE PARTIDOS”, publicada na primeira página do jornal ACRÍTICA, edição de 15 de setembro de 2013. O PSOL, em face da referida figura, manifesta as seguintes considerações:
1.       Em primeiro lugar, é fundamental destacar o fato de que a figura em questão sugere que, no Brasil, toda e qualquer legenda partidária não passa de uma mercadoria à venda no momento que antecede a composição de candidaturas para um pleito eleitoral;

2.       Não há como ACRÍTICA negar a afirmação contida na consideração anterior tendo em vista que a figura apresenta um homem com um carrinho de compras olhando para a prateleira de um supermercado que apresenta 37 latinhas identificadas, cada uma delas, com a sigla de um partido já existente oficialmente ou em via de obter esse registro junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE);

3.       Como o PSOL existe oficialmente desde 2005, ACRÍTICA, tendo como fundamento o afirmado na consideração nº 1, não se furtou de incluir a sigla PSOL numa das latinhas dispostas para venda na prateleira de seu supermercado figurativo, ou seja, de afirmar que o PSOL, como todas as demais latinhas da figura, é um produto pronto para ser adquirido por quem deseje pagar por ele;

4.       A direção do PSOL no Amazonas vem esclarecer ao público que o PSOL é uma sigla que orgulhosamente ostenta o seu compromisso programático com a superação do modelo capitalista, ou seja, que tem como norte a construção de uma sociedade amplamente democrática e orientada por princípios socialistas;

5.       Por ser declarada e orgulhosamente democrático e socialista, o PSOL segue a lógica que diz que é impossível a construção de um mundo de dignidade plena para todos dentro da lógica capitalista dominante, pois dignidade é um algo que não pode ser mensurado em termos monetários, ou seja, que não pode, de modo algum, ser objeto de compra ou negociação. O mundo que todos desejamos não será construído dentro da ordem capitalista, pois é esta ordem que tudo faz para promover a tese de que tudo, inclusive a vida e dignidade de pessoas e instituições, pode e deve ser mercantilizada. Eis porque o PSOL nega essa tese de forma taxativa;

6.       O PSOL, através de sua direção no Amazonas, reconhece a vala de podridão em que se transformou a política tradicional brasileira e mundial e não tem dúvida de que essa crescente podridão tem profunda relação com a lógica corrupta inerente ao sistema capitalista, tendo em vista que se trata de um sistema que, sem nenhum pudor e apelando para as mais abjetas formas de corrupção, coopta e compra homens e instituições para que se coloquem a seu serviço ou, seja, para que contribuam no sentido do crescente controle do setor público pelo privado;

7.       O PSOL, através de sua direção do Amazonas, também vem a público dizer que essa vala de podridão não possui apenas políticos e partidos vendidos e rendidos ao sistema dominante. Esse esquema sórdido e absolutamente inimigo do interesse coletivo possui também sindicalistas, juízes de carreira – aqueles que Eliana Calmon definiu como bandidos de toga – e boa parte dos dirigentes daquilo que se define como GRANDE MÍDIA;

8.       Todo político vem a público defender a democracia e quase todo veículo de comunicação fala em informação de qualidade e em imparcialidade jornalística na difusão dessas informações, mas a sociedade, assim como  o PSOL, tem plena clareza de que muitos destes estão a serviço não da democracia e da informação honesta e esclarecedora, mas do arbítrio e do autoritarismo e da manipulação e alienação, sobretudo da alienação política;

9.       Não se demonstra compromisso com os valores democráticos e com a busca da verdade somente com discursos e textos muito bem elaborados e escritos, mas, sobretudo, com atitudes e ações em favor de uma sociedade livre, justa e solidária. O PSOL, desde que foi criado em 2005, vem se destacando na realização de ações com esse fim. No Rio de Janeiro, o PSOL liderou, com Marcelo Freixo, a CPI das Milícias. Nessa empreitada, muita gente poderosa foi parar na cadeia e, como resultado negativo disso, nosso corajoso e valoroso Freixo foi obrigado a conviver, dia e noite, acompanhado de seguranças armados para defender sua integridade física. Na Câmara Federal, o PSOL, através do Deputado Ivan Valente, liderou a CPI DA DÍVIDA PÚBLICA. CPI que revelou a farsa do pagamento da dívida externa pelo Governo Lula e a imobilização de nosso país pelo pagamento aviltante dos juros de uma dívida que, sob vários aspectos, pode e deve ser declarada como odiosa. Mas recentemente, através do Senador Randolfe Rodrigues, o PSOL liderou o processo de cassação do Senador Demóstenes Torres por seu envolvimento com o contraventor Carlinhos Cachoeira. Nessa oportunidade, O PSOL incentivou e apoiou o aprofundamento das investigações sobre o esquema Cachoeira-Delta-Governos Federal e Estaduais, mas o sistema disse não. Por todas essas ações e, sobretudo, pela militância apaixonada e devotada de seus membros espalhados por todo o Brasil, o PSOL vai afirmando e demonstrando, não apenas com palavras e declaração de boas intenções, o seu compromisso com a construção de uma verdadeira democracia e com a afirmação de uma sociedade mais ética, justa e transparente. Por tudo isso e muito mais que poderíamos relatar nesse texto, o PSOL, através do Diretório Estadual do Amazonas, REPUDIA DE FORMA VEEMENTE O USO LEVIANO E IRRESPONSÁVEL DE SUA SIGLA NA FIGURA QUE ACRÍTICA PUBLICOU EM SUA EDIÇÃO DE 15 DE SETEMBRO DE 2013;

10.   O PSOL, através de sua direção no Amazonas, EM FACE DA EVIDENTE IRRESPONSABILIDADE E LEVIANDADE ESTAMPADA NA 1ª PÁGINA DE ACRÍTICA DE 15 DE SETEMBRO DE 2013, irá pedir a retratação pública desse veículo de comunicação e, ao mesmo tempo, buscará, através de seu setor jurídico, a reparação dos danos morais que esse uso irresponsável e leviano tenha causado ao partido;

11.   O PSOL, através de sua direção no Amazonas, aproveita também o ensejo para se solidarizar com os partidos igualmente comprometidos com a superação da ordem capitalista dominante. Ordem essa que diz que tudo é mercadora, mas que não tem o poder de impor essa condição aqueles que rejeitam essa lógica e lutam de cabeça erguida pela sua superação. Falamos do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) que, também de forma irresponsável e leviana, tiveram suas siglas estampadas por ACRITICA na figura em questão. Temos divergências de ordem programática e tática com esses dois partidos que reputamos irmãos, mas isso, de forma alguma, nos faz duvidar de sua seriedade e compromisso com a defesa do interesse público;

12.   O PSOL, através de sua direção no Amazonas, todavia, reafirma e reconhece o quadro de descrédito e desvalorização das instituições do mundo burguês, sejam elas de cunho empresarial, midiático ou partidário. Reconhece que esse descrédito invadiu e se dissemina, sobretudo, sobre instituições de cunho estatal como Câmara de Deputados, Senado Federal e órgãos do poder Judiciário. O PSOL, porém, tem convicção e orgulho de estar excluído dessa vala comum de descrédito que é objeto da indignação do povo brasileiro. O PSOL se encontra, justiça seja feita, no polo das pessoas e instituições que estão irmanadas na superação da instável e preocupante conjuntura vivida atualmente no Brasil e no mundo.

MANAUS, 15 DE SETEMBRO DE 2013


DIRETÓRIO ESTADUAL DO AMAZONAS



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